data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: divulgação Draco
O cenário do tráfico de drogas em Santa Maria apresenta mudanças neste ano. O número de apreensões feitos pela Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) nos 10 primeiros em 2020 mostra queda em relação ao mesmo período de 2019. Porém, de acordo com a delegada Alessandra Padula, titular da Draco, o que mais chama atenção é que, mesmo em meio ao isolamento social em função da pandemia, o número de drogas sintéticas (que são mais vistas em períodos de festas) tiveram um acréscimo no número de apreensões. O LSD, por exemplo, teve um aumento de 20%.
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- Nós observamos uma mudança no tráfico nos últimos anos. A maior parte das apreensões era a de maconha, mas, neste ano, a gente já vê um aumento do número de cocaína, crack e, principalmente, drogas sintéticas - conta a delegada.
O registro de apreensões de maconha caiu 57,9% em relação ao mesmo período de 2019, quando mais de 100 quilos da droga foram interceptados na cidade. Já neste ano, o número reduziu-se quase a metade com 58,13 quilos apreendidos.
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Com a redução da maconha, outra droga similar apareceu neste ano. Só em setembro, 1,51 quilo de skunk foi apreendido em Santa Maria. Mesmo que em pequenas quantidades, a apreensão do skunk chama a atenção da polícia, já que no ano não houve registro deste tipo de droga apreendida. Segundo a delegada, a droga é semelhante a maconha e mais cara e considerada mais forte.
Outras drogas que também aparecem na lista das apreensões em 2020 é o haxixe (que também se assemelha a maconha), o loló (produzida a partir do éter) e o MDMA (droga similar ao ectasy). Somente em setembro deste ano, 5 frascos de loló foram apreendidos.
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Veja no gráfico abaixo o comparativo das apreensões nos primeiros 10 meses de 2019 e 2020:
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COMBATE AO TRÁFICO
Mesmo em meio à pandemia do coronavírus, Alessandra alerta que o tráfico de drogas não parou nunca, e que as ações de combate por parte da polícia também não diminuíram.
O trabalho da investigação e identificação de organizações criminosas não foi prejudicado pelo isolamento social. Conforme a delegada, seguindo todos os protocolos de segurança, a delegacia especializada neste tipo de crime busca sempre se antecipar às ações do crime organizado.
DENÚNCIAS
Para Alessandra, as denúncias sobre tráfico de drogas são a ponta do iceberg para que os policiais possam começar uma investigação. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 197 ou diretamente na delegacia. A titular da Draco afirma que todas as informações sobre a identidade da pessoa são mantidas de forma anônima e sigilosa.
- O nosso trabalho nasce a partir de uma informação, mesmo não se baseando só nisso. É de uma informação que surge uma investigação e os elementos dela - diz.
DESTINO DA DROGA
Referente ao destino dos entorpecentes apreendidos, a delegada conta que todas as ocorrências referentes ao tráfico de drogas são enviadas para a Draco, seja elas apreendidas pela Brigada Militar, pela Polícia Rodoviária Federal ou pela Polícia Civil. A partir disso, uma pequena porção da droga apreendida é enviada pela delegacia para a perícia - procedimento que é realizado por lei para saber qual o tipo de droga - e o restante é imediatamente encaminhado para a Divisão de Investigações do Narcotráfico (Denarc) em Porto Alegre, que é responsável pela incineração do produto. A queima de drogas ocorre, em média, duas vezes por ano.